O desafio maternidade

desafio da maternidade

O artigo de hoje, da nossa colunista Mariana Bastos, é uma reflexão sobre a maternidade e os desafios que fazem parte deste papel, o mais importante na vida de uma pessoa.

“O desafio MATERNIDADE”   é  tema  de infinita discussão, especulação e estudos. Especialmente os primeiros meses, o chamado “puerpério “.

Tornar-se mãe é, de imediato, desmistificar .

Desmistificar, desmoronar, desconstruir .

Desmistificar um projeto pré-concebido, ao entender que estaremos aprendendo e construindo ao mesmo tempo.

Não há escola, nem experiência pregressa que te prepare para ser mãe.

Desmoronar de fraqueza , de cansaço, de fragilidade e de sono. Para reerguer-se diariamente (as vezes num intervalo curtíssimo ) e, refeita, sentir-se poderosa.

Desconstruir a própria história, para, após grandes descobertas internas, reconstruir-se com mais verdade.

Quando me tornei mãe , um pensamento surgiu e me acompanhou por algum tempo: ” Como é que nunca ninguém explica o que sentimos nesse momento? “

“Porque, tão pouco se fala do verdadeiro desafio da maternidade? “.

 Me sentia completamente tomada de amor, imersa em um mundo terno e delicado que desconhecia .

Era lindo, era impactante e,  até, assustador .

Nunca me preocupei com as questões práticas , com o banho , a troca de fraldas , o umbigo. Nem mesmo com o terrorismo das noites interrompidas.

O que me impactava , naquele momento, era a imensa responsabilidade que eu tinha nas mãos .

Responsabilidade em receber, em fazer crescer ( FELIZ ! ), em doar-se.

E doar-se, e doar-se, e doar-se , e doar-se, para todo sempre, doar-se …

Acredito que buscar informações, estudar, ler, enfim, preparar-se, faz diferença. Eu falhei nesse quesito, sem dúvida.

Olhava esses cursos para futuras mães e pensava: “Affff, que saco heim? Imagina perder um sábado com isso? Sempre fui fã da natureza em todas suas variáveis, e pensava que ela, em sua  perfeição, faria toda obra necessária.

Amamentar, por exemplo, seria praticamente carregar um celular: era só plugar e tchã nã nã! Só que nã nã nã!

Essas questões, com certeza, são bastante amenizadas e resolvidas com informação, manobras e ajuda.

As questões emocionais da maternidade é que requerem um pré requisito diferente, uma imersão diferente, um cuidado diferente.

E é disso que estou falando .

Do  “maravilhoso caos ”  que adentramos no puerpério, da grande mobilização íntima que sofremos.

Não estou falando de depressão pós-parto ( que merece grande respeito e atenção).

Estou falando da grande OPORTUNIDADE que a vida nos dá quando nos tornamos mães.

Ali, somos convidadas a um grande encontro. Naquele bebê tão puro, tão frágil, tão delicado, tão humano, tão animal, também estamos nós.  Ali nos enxergamos. Estamos, certamente, de frente para o espelho mais fiel da nossa vida.  Um espelho do qual não escapamos.

E , aí sim , comprovo minha tese sobre a  perfeição da natureza.

Ela nos fragiliza  para permitir entrega.

Nos exaure para permitir  vazão.

Nos faz alimento para que nos sintamos tão responsáveis, quanto poderosas.

Nos transforma em puro amor, pois essa é a única forma de criação.

Tornar-se mãe é uma oportunidade.

Toda as fugas serão contraproducentes. Não fuja.

É você que está ali.  Você e sua carapaça, seus temores e suas capacidades.

Um trampolim extremamente edificante surge no quarto silencioso de um bebê. E no seu choro estridente. E na entrega absoluta do vínculo.

Requer honestidade com o que habita em nós e passamos a enxergar com uma transparência que chega a doer.

Um filho é a maior VERDADE de uma vida.

Não há nada mais verdadeiro do que tudo que brota em nós no descortinar da maternidade . E que, aos poucos, vai-se atenuando, entrando no passo da rotina, do que já se conhece .

Basta coragem para revirar um baú de sentimentos. O resultado é transformado. Nossos filhos merecem.

Ninguém  pode transmitir ensinamentos no que tange ao universo tão particular de uma mulher/mãe.

Essa é uma busca pessoal. De percepção, sentimento e entrega. Não perca essa oportunidade. Entregue-se! Este é o grande DESAFIO.

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Leia outros artigos sobre comportamento e maternidade aqui.

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Mariana

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Sobre o Autor : Claudia Bins

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