As Passeadeiras

Cuidados com os olhinhos dos pequenos

Cuidados com os olhinhos

A Dra. Cristiane Bins é médica oftalmologista e tem mais de 10 anos de experiência em clínica e cirurgias. Além disso é minha irmã e madrinha da Manoela :-). Há tempos eu venho convidando a Cris para escrever dicas sobre os cuidados com os olhinhos dos nossos filhos e filhas aqui no blog e hoje, finalmente, é a grande estreia. 

Muito feliz em compartilhar com vocês o conhecimento e competência da minha irmã, que atua com mais dois sócios na clínica Infocus Oftalmologia e é uma dinda/tia super presente na vida das minhas Passeadeiras. Aproveitem as dicas!

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Em primeiro lugar, é importante lembrar que a primeira avaliação ocular da criança deve ser aos 6 meses de vida, por um médico oftalmologista, não necessariamente um oftalmopediatra. O Teste do Olhinho, que foi tornado obrigatório em 2010, é feito pelo médico pediatra ou neonatologista e é um exame de triagem ao nascimento para avaliar se há transparência em todas as partes do olhinho do bebê.

Se o reflexo é avermelhado ou alaranjado (como os das fotografias com flash) está normal, mas isso não exclui o exame completo, com o médico oftalmologista, aos 6 meses. A partir dos 6 meses, a criança inicia as revisões periódicas que devem ter regularidade anual até os 7-8 anos de idade. Isso é importante por que a visão da criança começa a se desenvolver no nascimento e termina na idade escolar. A criança com alteração de visão em apenas um dos olhos não apresenta dificuldades no dia-a-dia e tem uma vida normal, ficando oculto um problema que pode ser resolvido somente nos anos iniciais de vida. Se o diagnóstico não é feito a tempo, o cérebro não aprende a enxergar com o olho de visão pior, o que chamamos de ambliopia, e a perda de visão torna-se irreversível.

Em uma época em que as tecnologias estão cada vez mais sendo usadas, é crescente a preocupação dos pais com a saúde ocular dos pequenos. Computador, tablets, celular prejudicam os olhos? Causam algum dano real? Essas e muitas dúvidas surgem no consultório e vou tentar esclarecer algumas aqui.

Quando a criança é exposta à visão de um objeto próximo ao rosto, o músculo que faz o foco é exigido ao máximo (contrai), o que pode gerar sintomas de fadiga, como dor-de-cabeça, ardência nos olhos, lacrimejamento, sensação de sono entre outros. O conjunto desses sintomas é chamado de astenopia. Crianças de até 3 anos podem sofrer alterações relacionadas ao excesso de uso de aparelhos eletrônicos que podem ultrapassar a esfera de sintomas e levar a uma real necessidade de óculos.

A partir dessa idade, o risco é de sintomas frequentes e progressivos, levando à indicação de correção em óculos para alívio do incômodo causado pelo exagero de horas usando a visão para perto. Crianças já em fadiga ocular têm mais queixas de qualidade de visão para longe (na Escola, frequentemente), pois a contratura do músculo do foco gera sintomas visuais semelhantes à miopia. O que isso tudo nos diz? Devemos impedir o uso desses aparelhos? Não. O que é preciso é equilibrar.

Não podemos deixá-los afastados da tecnologia atual, mas a orientação quanto ao tempo de exposição é sempre importante, assim como a distância de leitura. Orientar o tempo no celular, o momento de brincar e o momento dos afazeres escolares é difícil, mas é a saída para crianças com olhinhos saudáveis e sem dores.

O tempo adequado depende da idade e da condição dos olhinhos da criança, por isso é muito importante consultar um oftalmologista para receber as orientações adequadas.

Leia outras dicas sobre infância aqui.

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