As Passeadeiras

Malácia ou má formação da laringe

Hoje tem estreia e o assunto é super importante. A Cátia Vargas é fonoaudióloga especializada em reabilitação infantil e, a partir de hoje, assina a coluna de Fonoaudiologia aqui do site. Bem-vinda querida e muito obrigada pela contribuição valiosa!

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Na minha prática fonoaudiológica, venho me deparando  frequentemente com a má formação da laringe que acomete muitos recém nascidos. Costumo dizer que esse nome comprido e feio é grande inimigo dos bebês!  Laringotraqueomalacia, ou simplesmente, malácia.

A laringo traqueobroncomalacia caracteriza-se pela má-formação ou instabilidade da cartilagem que sustenta as vias aéreas centrais (laringe e traqueia) ou ramificadas (brônquios), a patologia pode ser congênita ou adquirida em certas circunstâncias, como em casos de bebês prematuros ou que já apresentaram problema cardiorrespiratório.

Os sintomas aparecem logo após o nascimento. Pode-se notar o choro (rouco) e/ou afonia (ausência de som), respiração ruidosa (sons agudos relacionados à respiração, denominado estridor e estertores respiratórios), que torna-se mais intensa ao passo que a criança se desenvolve.

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Sobre empoderamento infantil, leia o artigo MEU FILHO VOCÊ PODE, de Mariana Bastos

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O bebê apresenta também dificuldade de mamar,  demora em se saciar, não consegue realizar as pausas respiratórias adequadamente, dorme no meio da mamada, podendo ocasionar aspiração de leite para os pulmões, causando infecções e dificultar o ganho de peso. O diagnóstico é feito pelo médico, através de uma consulta minuciosa e exames de imagem, normalmente a fibroendoscopia.

A maioria apresenta grau leve no diagnóstico sem necessidade de tratamento. A tendência é desaparecer com o crescimento porque a sustentação da cartilagem amadurece no decorrer dos dois primeiros anos de vida, ficando melhor estruturada; então o problema deixa de existir.

Nos casos mais graves é necessário a intervenção cirúrgica, com colocação de traqueostomia. No caso de laringo-traquemalacia é de suma importância a avaliação fonoaudiológica, para orientação da forma mais segura de alimentar o bebê, escolhendo utensílios adequados, consistência do alimento, prevenindo assim os riscos de pneumonia aspiratória, Nos casos mais graves em que há necessidade de traqueostomia, pode-se também adaptar a válvula fonatória, para que a criança tenha menos atraso possível na aquisição da linguagem e fala, além da melhora do fluxo respiratório.

Fonte: Revista de pediatria. SOPERJ

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