Morar e estudar em Portugal sempre foi um sonho, porém, por causa das dificuldades da graduação, me formei sem conseguir fazer o intercâmbio. Mas os sonhos não deixam de existir, eles são apenas adiados. 

 

No início de 2017, eu e minha família decidimos dar entrada no processo de cidadania. Não havia ainda a ideia de vir morar, era apenas um primeiro passo para “resguardar” o futuro. O processo da cidadania, ao todo, levou um ano. Tivemos dificuldades para conseguir alguns documentos no Brasil para enviar para Portugal. Como o processo envolvia minha mãe e meu irmão, enviamos tudo junto para que primeiro corresse o dela e logo em seguida o nosso.

 

Final de 2017 e início de 2018 foram meses bem complicados para a minha vida pessoal. Passei por um processo depressivo complicado, porém foi ele que me deu força de vontade de não apenas virar a página, mas começar uma nova história. Sendo assim, no início de 2018 eu comecei a pesquisar universidades na minha área (comunicação) e encontrei o curso dos sonhos na Universidade Europeia. Então começou a saga.

 

Antes mesmo de me matricular, comprei minha passagem. Encontrei uma promoção com o app JetRadar. Na época, paguei R$1300 ida, com 2 bagagens e todas as taxas inclusas. É importante dizer que vim em junho e as passagens já estavam por volta de R$1800/2000. 

 

A universidade abriu o período de candidatura e então me inscrevi. Lembro de ter pago uma taxa de 150€ mais a matrícula. Foi um golpe grande porque a universidade é privada.

 

Com a declaração da Universidade, dei entrada no pedido de urgência da minha cidadania, que saiu em 2 dias depois do pedido. 

Um detalhe importante: eu fiz o processo da cidadania portuguesa toda por uma advogada, o que ajuda a ser mais rápido que pelo consulado brasileiro.

 

 

Cheguei a Lisboa em Junho e neste mês completo três meses na terrinha. Em princípio vim para dividir um apartamento com o meu irmão em São Domingos de Benfica, uma zona muito boa, porém supervalorizada e por isso muito cara. Então me mudei sozinha para um T0 mobiliado em Olival Basto. Mais afastada da cidade, bastante residencial, achei ideal para mim que trabalho e estudo e quero um lugar tranquilo para viver.

Lisboa está superando as minhas expectativas, porém nem tudo são flores. Os alugueis são caros (comparados com outros lugares do país) e tenho um susto quando vejo os descontos no meu ordenado não fim do mês. Mas sem dúvida está sendo a melhor decisão que já tomei e não quero voltar para o Brasil mais. A segurança e a liberdade de ser quem você realmente é permitem uma vida com muito mais dignidade.

 

Em julho consegui um emprego em restauração e logo em seguida fui chamada para uma empresa multinacional, onde trabalho hoje. Essa multinacional eu apliquei em março, ou seja, já vim para Lisboa buscando emprego e consegui. 

O processo de admissão foi todo por e-mail. Entrei em contato com a universidade e uma funcionária responsável pelas admissões internacionais me auxiliou em todo o processo. Os documentos foram os de sempre: Diploma, passaporte, currículo Europass completo (o CV mais o Lattes). Tudo isso está no site da instituição https://www.europeia.pt/.

 

As aulas começaram hoje, mas eu tive um probleminha nos horários. Os de aula casaram com os de trabalho. Então eu tive que resolver isso hoje e acabei perdendo a primeira aula. Aqui tem uma coisa muito interessante, o Estatuto do Trabalhador Estudante. É uma lei que você concilia os estudos e o trabalho. Com isso, a empresa criou um turno pra mim que não vai afetar os meus horários do mestrado. Vale a pena pesquisar.

 

Eu vou estudar Marketing Digital, uma área que está crescendo muito no mundo todo. Em Portugal tem muito campo para a área de comunicação e eu acredito que é um lugar que tem muito para somar. Mas ainda é complicado conseguir emprego na área sem ter alguma indicação. Com isso, acho que a pós graduação ajuda a fazer contatos.

 

Eu busquei emprego de todas as formas possíveis: sites, grupos no Facebook, olhando as portas… rs essa vaga da multinacional veio através de uma pessoa que eu nem conheço, mas viu minha publicação em um grupo no Facebook e me indicou para a empresa. As entrevistas foram em inglês e espanhol, tanto a do restaurante, como da empresa. A maior dificuldade é essa, pois não basta ter apenas o inglês (esse é obrigatório), é necessário ter uma terceira língua em um nível intermediário ou avançado.

 

 

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