O Parque Temático Mini Estrada Real, em Paraty, entrou para nossa lista de desejos assim que vi, enquanto pesquisava o que fazer com crianças em Paraty durante nossas férias de julho de 2016.
O parque foi inaugurado em 2010, mas o início da confecção das miniaturas já tem 15 anos. A ideia veio de Dona Maria Selma, mãe do artesão Marcelo Castanheiras, que viu no filho o dom para esculpir miniaturas e incentivou a criação do parque. Mas Dona Maria Selma também põe a mão na massa! Ela é quem faz as mini telhas de cerâmica, que são confeccionadas quase da mesma forma que as telhas de tamanho normal, assim como os pequenos bonecos espalhados pelas maquetes do parque. Até hoje, já fez mais de 100 mil mini telhas!
O parque é relativamente pequeno, em uma hora dá tranquilamente para percorrer todas as miniaturas ouvindo as histórias deliciosas que o guia conta. As histórias passam pelo começo da criação do Caminho do Ouro até a origem de palavras e expressões corriqueiras que usamos em nosso dia a dia e nem fazemos ideia de onde surgiram. A cada réplica, o guia conta sua história e porque está ali. É um passeio bastante interessante e cultural, onde aprendemos mais um pouco sobre a história do nosso país.
Visitamos Juju e eu, durante uma tarde com templo nublado, quando o marido e Manoela estavam doentinhos na Pousada, como contei neste post aqui.
Quem sai de Paraty é só seguir em frente, rumo a Estada de Cunha e cerca de 2 km depois, à direita, fica o prédio branco que dá entrada ao Parque Temático Mini Estrada Real, bem em uma esquina. O estacionamento é em frente e não é preciso reservar, a não ser que você vá em um grupo grande. Compramos os ingressos na bilheteria. Juju pagou 7,00 (50% pois já tinha 5 anos completos) e eu 14,00 (Julho/2016). Entramos no Parque e tivemos o privilégio de sermos atendidas com exclusividade, pois não havia mais ninguém.
O passeio começa em frente a um grande mapa, onde o guia, super simpático, explica as origens do Caminho do Ouro e da famosa Estrada Real. Explica que Estrada Real era qualquer estrada que o Rei mandava abrir, mas acabou ficando o nome. Disse que o certo mesmo, é chamar aquela estrada que liga Paraty a Ouro Preto de Caminho do Ouro. Contou também que a estrada havia sido criada no século XVII para agilizar o transporte do ouro e diamantes entre as Minas Gerais e Paraty, já que o caminho existente era muito longo e penoso, através da serra do mar. O novo caminho, com 1600 km, encurtou a distância e permitiu à coroa fiscalizar melhor as cargas a fim de garantir seu quinhão. Paraty era o porto de onde saía a carga à caminho de Portugal, como contamos neste post aqui.
Do mapa, seguimos o caminho através das miniaturas que caracterizam a cidade de Paraty:
Dali o caminho passa por Tiradentes, São João del Rei, Mariana, Sabará, Belo Horizonte, São Lourenço e Caxambu, até Ouro Preto. Em cada “cidade” são mostrados monumentos, pontes e praças característicos, em miniaturas impressionantemente detalhadas.
O encanto chega ao ponto de fazer jorrar água pelas carrancas existentes no chafariz de São José, da cidade de Tiradentes, reproduzindo o original que foi construído em 1749. O original foi edificado para abastecer a Vila, lavagem de roupa (do lado) direito e bebedouro para os cavalos (do lado esquerdo).
Há outra fonte interessante no parque, a de Caxambu, cuja história diz que a Princesa Isabel tendo muita dificuldade em engravidar recorreu às águas minerais da tal fonte como tratamento, logrando curar-se de uma anemia e conseguindo finalmente engravidar.
A cada parada, uma história ou curiosidade. Por exemplo, a expressão lavar a égua ou encher o bucho! A primeira faz referência ao fato de o ouro ser transportado em cavalos (ou éguas) ou mulas e o atrito do mesmo acabava criando pó que se grudava no pelo suado dos bichos. Após entregar a carga preciosa os tropeiros corriam para “lavar a égua” e coletar o ouro que ali estava depositado. 😉
Quanto a expressão encher o bucho, contou que nas minas de ouro ou diamantes, após a abolição da escravatura, os recém-libertos não recebiam pagamento pelo trabalho, mas podiam ficar com o que conseguissem juntar sem guardar em sacolas ou sacos ou bolsos! Pois é, o que eles faziam então era abrir buracos nas paredes das minas, que chamavam de buchos e, na saída da mina, escondiam os achados nos cabelos, já que não podiam carregar nada nas mãos também.
Nós amamos as histórias! Me arrependi por não ter levado um caderno para anotá-las ou então ter gravado a explicação… Até a Juju ficava quietinha ouvindo e achando graça.
Hoje em dia são cerca de 30 réplicas em miniatura que estão espalhadas pelo parque, mas a ideia é expandir para mais um tanto, levando a “estrada” até Diamantina. O trabalho é lento e minucioso, podendo levar até 6 meses para concluir uma única miniatura.
Um passeio bem gostoso e interessante para adultos e crianças que queiram apreciar um programa diferente e cultural na linda cidade de Paraty. Mais um motivo para visitar! Você já foi ou tem outras dicas na cidade? Conte aí nos comentários e aproveite para seguir nossas redes sociais clicando nos botões abaixo. Leia também outros posts sobre Paraty aqui no blog:
Parque Temático Mini Estrada Real
Website: http://www.miniestradareal.com/
Endereço: Estrada Paraty – Cunha Km 02 – Paraty/RJ
Telefone: (24) 3371-9763
Horário de funcionamento: Todos os dias de 9:00 as 18:00 horas.
Ingressos: 14,00 – meia entrada: 7,00 e crianças até 5 anos grátis. (em julho/2016)