As Passeadeiras

Não foi uma Páscoa como as outras!

Não foi uma Páscoa como as outras!

Deveria ser uma páscoa como todas as outras. Chocolates, coelhos, os ninhos e o esconderijo. Este era muito esperado. A imaginação se deliciava na procura dos ovinhos coloridos, de marzipã, açucar, chocolates, etc.  Mas não foi.
 
Não aconteceu nada. Simplesmente um domingo igual a qualquer outro. Não. Nem tão igual. Uma tristeza pairava no ar. E os pais de Laurinha, não tinham explicações convincentes. O fato era inquestionável. Não havia esconderijo, nem ovinhos, nem coelhinhos. Apenas as lágrimas da mãe e o olhar severo e profundamente sentido do pai. Mas a amorosidade deles permanecia, como a pedir desculpas pelas cestas que não chegaram.
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Melhor sair, pensou a menina. E foi para a casa da amiga. Jane Maria a recebeu alegre e logo lhe mostrou uma enorme cesta com ovinhos, coelhinhos de chocolate, de açucar. De todas as cores. As crianças, costumam comparar as cestas de Páscoa. Talvez vejam nisto uma medida do amor que os pais sentem por elas. E a sua? Cadê? Não tenho. Não ganhei. Ou melhor, ninguém, lá em casa, ganhou chocolates ou mesmo algum ovo de Páscoa. Nossa! Admirou-se a outra menina, mas porquê? Neste momento Laurinha, também pensou porquê. Não havia motivos que justificassem esta ausência dos doces. Então, associou o que tinha ouvido do pai, com aquilo que observava em sua casa nos últimos meses. Seu pai estava desempregado ou trocando de emprego não importava. Por conta disto faltavam muitas coisas. Acho que é porque meus pais não tem dinheiro, disse finalmente para a amiga Jane Maria.

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Veja um exemplo aqui

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Neste momento já estavam sentadas no hall do prédio vizinho, onde costumavam ficar para suas conversinhas infantis. Saíram da casa da Jane, pois havia um clima muito pesado lá. Seus pais brigavam e se destratavam mutuamente com grosserias. A menina não queria mais ouvir e pediu para a amiga Laurinha para irem lá pro Tirol (o saguão deste prédio vizinho, era amplo e havia um espaço, de certa forma reservado – muitas crianças se encontravam ali). Vamos, sim, concordou rapidamente. Também não queria presenciar a cena. Sentadas no degrau mais baixo da escada que ficava no hall, Laurinha compreendeu uma grande verdade.

O amor era mais importante que a cesta de Páscoa. E isto ela tinha em sua casa. Seus pais nunca brigavam e se amavam verdadeiramente. Jane Maria colocou sua grande cesta entre as duas e disse à amiga que ela poderia pegar quantos chocolates quisesse. Somos amigas e quero que você fique contente.Trocaram alguma falas sobre as brigas e a tristeza que havia na casa da amiga. Obrigada, lhe disse a menina e pegou dois ovinhos, não muito grandes. Só? Referiu a outra. Sim. Vou levar um pra mim e outro para minha irmãzinha, posso?
 
Assim são as crianças. Tem uma pureza de alma e de coração. Compreendem com facilidade as verdades da vida e não lamentam as faltas que os bens materiais lhe fazem. Mas sofrem imensamente, pela falta de amor, de afeto, de carinho. Estes são os maiores bens que elas realmente querem receber.
 
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