Na semana mundial de amamentação e com a proximidade do dia dos pais, Circe Palma, nossa colunista preparou um texto lindo, emocionante, que reflete bem o momento espetacular da chegada de um bebê. Obrigada querida e parabéns pelo belo texto.
Quando nasce um bebê, também nascem seus pais!
Finalmente ouve-se o tão esperado chorinho. Nasceu. O bebe segue direto para os braços do pai, ainda preso à placenta, mas enrolado em tecidos macios. Seguem os procedimentos médicos de finalização do parto e, orgulhosos, pai e mãe não tem olhos a não ser para o garotinho, que não estava ali e agora é o protagonista daquele momento sublime.
É com muita emoção, alegria, e um pouco de medo até, que Antonio recebe nos braços aquele pequeno. Ao mesmo tempo que o representa, parece ser parte dele mesmo. Parece uma extensão de mim, disse-me um pai, certa vez.
Quando a enfermeira leva o bebê para os primeiros exames de rotina, Antonio não quer entregar o seu precioso “pacotinho” e decide ir junto. Algumas maternidades permitem a presença dos pais, felizmente. As enfermeiras, então, com muita paciência, seguem pesando, medindo, examinando. Tudo sob o olhar atento do jovem Antonio. Emocionado, o rapaz não se contém e , discretamente, passa a mão nos olhos cujas lágrimas descem suavemente pelo rosto. A moça que segura o bebê, olha para ele e apenas sorri. Fico muito feliz de ver toda a tua emoção, diz ela. Isto é muito lindo.
Antonio sabe que agora inicia uma nova etapa em sua vida. Incertezas, ansiedades, medos. E se não estiver certo? Maria Luiza o tranquiliza, mas também ela se sente um pouco perdida. Os bebês não dizem o que querem, comenta ela. A gente tem que adivinhar. É uma relação nova que se inicia, diz sua mãe. Vocês logo irão aprender o que ele quer.
O casal segue para casa, feliz e, ao mesmo tempo, ansioso. Eles tem uma curiosidade natural dos próximos acontecimentos. O mamar. É magico, mas eles não sabem o que fazer. Tem leite? Não tem? Então porque ele chora? Tem dor de barriga? Tem que trocar a fralda? Mil perguntas surgem, as quais tinham passado completamente despercebidas quando visitavam amigos que tinham seus bebês.
Antonio revela habilidades que nem ele sabia que tinha. É o eleito para dirigir o banho. Prepara a água, mede a temperatura; separa a toalha. Maria Luiza, escolhe as roupinhas, meinhas, fraldinhas para enrolar. Esta é mais macia! Não aquela que é mais comprida! E começam uma verdadeira dança, onde o som de um amor imenso e sem limites se propaga por todo o quartinho, decorado com graça, com esmero. Este é o som mais lindo da vida, ele segue em ondas que envolvem toda a casa, a rua, o bairro, a cidade, o mundo. É uma vida que se aloja no ninho. É um ninho pleno de amor e felicidade. Tudo o que deve ser feito, o será.
E chega, o momento final deste acontecimento. Embalado, como um charutinho, a lembrar da posição que mantinha no útero, o garotinho é levado aos braços da mãe. Antonio, ao entregar o menino para ela, participa deste momento, como se também ele fosse amamentar. Auxilia, coloca a almofada, ampara o filho, enquanto a mãe se ajeita. Acaricia-lhe suavemente bracinhos e pernas. A todo momento, pergunta. Ele está mamando? Estás sentindo? Sim, responde ela, com um certo orgulho de poder passar para o filho, o leite materno, a essência da vida.
Na cadeira verde, entre almofadas e cobertinhas, ela se instala e se dispõe para seu bebê. Como se sua própria vida dependesse deste ato de oferecer-lhe o peito. O bebê também se volta para o pai, como a registrar sua presença. Recebem do filho o olhar mais doce do mundo. De alguém agradecido, extremamente agradecido. Por um simples alimento? Não. Pela vida que ele representa.
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