Luana é mãe de coração da pequena Sofia e tem contado pra nós como foi o processo de adoção. De uma maneira doce, verdadeira, ela relata as dores e as delícias de como se tornou mãe e mudou de país, tudo ao mesmo tempo!
Os Primeiros Meses da Adoção de uma Pequena
Era manhã de uma terça-feira quando buscamos ela em definitivo, chegamos em casa e aí, o que fazer? Primeiro dar atenção, preparar comida, será que preciso trocar fralda? Para quem eu vou ligar? Foi assim que eu me senti…
Meu esposo não podia parar de trabalhar, pois como comentei no primeiro post, no dia que recebemos a notícia da adoção, também recebemos a notícia que ele seria transferido para os EUA. Porém neste dia me deu uma força, preparou o almoço, eu eu fiquei com ela, liguei a famosa Galinha Pintadinha e ficamos observando suas reações, quase não conseguíamos acreditar que realmente o bebê elefante havia nascido.
Estávamos em um apartamento emprestado, pois tínhamos vendido nosso apartamento em outubro e resolvemos esperar para comprar, então estávamos com muitas coisas improvisadas e emprestadas, mas assim como um bebê que resolve a hora de nascer, a adoção chega sem planejamento.
O cara lá de cima é quem sabe, a vida estava de pernas para o ar, os planejamentos para mudança a mil, não tínhamos quase nada mais, a data para irmos em definitivo já estava pré definida e lá vem mais uma pequena variável. Ah! O que é mais uma realização no meio de tantas, como administrar toda essa função, uma bebê gordinha ia ser fichinha.
Foi dada a largada, a loucura!! Nossa previsão era de viajar em abril, mas tudo dependia dos processos burocráticos de nossa justiça em liberar a documentação definitiva da pequena.
Os dias se tornavam um desafio, bebê faz manha para dormir, não come quando está côco, tomar banho só se não lavar a cabeça ou chora também, quando acorda chora, o desenho parou chora de novo, gente porque ninguém me contou isso antes.
Mas vamos por partes, ela vinha de uma rotina do abrigo e estava se adaptando a nossa, com um pequeno detalhe, éramos um casal que não tínhamos rotina, afinal a vida estava em meio a mil mudanças.
Ela era muito boazinha, comia super bem, logo vi que a rotina de horários era legal, tomar banho ficou mais tranquilo, mas ainda havia algo que não funcionava bem e este para nós adultos é muito importante, o sono noturno.
Terceira semana dela conosco e ela continuava acordando nas madrugadas em prantos, eu levantava acendia a luz do abajur pegava ela no colo e a coisa ficava pior, já não sabia mais o que pensar.
Como já tinham me comentado sobre terror noturno, logo imaginei que poderia ser isto, liguei para pediatra para saber o que fazer.
A pediatra comentou que é bem comum em crianças adotadas e nesta idade, pois muitas mudanças estavam acontecendo, nos indicou para ligarmos uma luz de lanterna bem fraquinha e observarmos como ela se sentiria.
Foi um santo remédio, ela acordava dava uma espiadinha e seguia dormindo, acordava novamente sentava no berço espiava se estávamos ali e seguia dormindo, pronto! Problema resolvido e papai e mamãe voltaram a dormir.
Os dias foram passando e a família já solicitava mais visitas, mas tínhamos que pensar na mudança, nos documentos nossos e dela, no que faríamos na páscoa, quem sabe o batizado antes da mudança e mais mil coisas da vida diária.
Como já aguardava a muito tempo minha elefantinha, comprei muitas coisas em viagem, algumas de menina outras unissex , já tinha desde cedo o básico, então neste sentido não tive muito para correr, à medida que ia precisando fui comprando, mais roupinhas e com isso fiquei tranquila.
Sou muito organizada e juro que fiquei super chateada, pois como toda mamãe queria que ela tivesse chegado com um quarto lindinho, enfeitadinho, mas não foi possível e a vida nos mostra mais uma vez que não escolhemos o tempo.
Nosso dia a dia ia bem, mas já era abril e a documentação não saía do lugar, lá dentro do Fórum. Os dias se passavam e nossa angustia aumentava. Meu esposo teve que renegociar uma nova data para viajar, e eu correndo para conseguir uma Igreja para batizá-la antes de sairmos do Brasil.
Não foi fácil, mas deu certo, a igreja aceitou a documentação que tínhamos em mãos e tudo saiu lindo. Os dindos são pessoas especiais que a vida nos presenteou e que a Sofia é apaixonada.
Mais um mês se passou e nada da documentação sair, que angústia!! Somente no início de junho conseguimos a papelada definitiva.
Meu esposo já tinha viajado e eu já tinha me mudado de mala e cuia para casa de minha sogra, e lá mais uma adaptação para a bebê. Passávamos o dia na casa da minha mãe e a noite íamos dormir na minha sogra, corria de um lado para outro para agradar a todos e ainda atendia o marido via Skype a noite, andava moída com farofa.
Então com a documentação pronta agora era somente detalhes, fotos, passaporte, visto e passagens. Lá fui eu correr para um lado e a para outro para estar com tudo na mão, afinal ela ainda estava se adaptando conosco e um mês longe do pai já sentia sua falta.
A vida não para e meu santo protetor é forte então lá fomos nós rumo ao RJ, local onde tenho grandes amigos para fazer o visto americano da gordinha. Correu tudo super bem e ainda pegamos uma praia para relaxar.
A pequena foi super compreensiva e parecia já entender tudo que se passava, se alimentava legal, seguiu sua rotina de sono, já era o xodó da família, todos me ajudavam, inclusive meus três irmãos que do dia para noite viraram tios e me surpreenderam pela paciência em cuidar dela.
Então chegou o dia de nossa viagem, meu esposo já estava no Brasil e tudo se organizou rápido.
A noite caiu, os amigos já tinham passado para se despedir e veio a hora mais difícil, nos despedirmos da família, mas assim é a vida. Terminamos nossos procedimentos no aeroporto, lágrimas, abraços apertados e como diz um grande escritor:
“Tudo o que um sonho precisa para ser realizado é alguém que acredite que ele possa ser realizado.”
Roberto Shinyashiki
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