As Passeadeiras

Morar em Portugal – 4 dicas práticas

Tenho recebido muitas perguntas no Instagram @as_passeadeiras e também por email sobre como foi alugar apartamento aqui, como foi a escolha da escola das crianças, seguro saúde, enfim, como está sendo morar em Portugal – dicas práticas do dia-a-dia, então resolvi escrever este post para ajudar quem pensa em fazer o mesmo ou até vir para estudar. 

Como o assunto é super extenso, vou começar com 4 dicas básicas e depois, aos poucos, irei falando sobre outros itens, ok?

 

1. Venha legal

Ou seja, tenha um visto que te permita morar aqui de forma legal. Este eu considero o mais importante quesito, seja aqui em Portugal ou em qualquer outro país do mundo. Ainda mais se você vem com crianças! Mudar de país já traz stress suficiente para a família e ficar ilegal é o fator mais estressante que você poderá adicionar à essa equação. Sem contar que há relatos terríveis de pessoas exploradas no trabalho, não podem sair do país sob pena de não conseguir voltar depois, ser descoberta pela polícia e deportada… enfim, é um risco enorme que você não vai querer correr.

No site do Consulado de Portugal em São Paulo, diz o seguinte:

 

“Todos os cidadãos que não sejam portugueses podem necessitar de vistos para entrar em Portugal.

Os cidadãos brasileiros podem estar isentos desta necessidade, por um período de 90 dias, sob certas circunstâncias. Para saber quais são estas circunstâncias e quais os documentos necessários, clique aqui.

Dividimos os vistos nos grupos relacionados abaixo, de acordo com sua finalidade, podendo dentro de cada um haver variações adicionais. Assim, verifique qual o tipo de visto desejado e clique sobre ele:

 

Ou seja, Portugal é um país que facilita a vida do imigrante, através da concessão de vários tipos de vistos. Informe-se bem e veja qual deles se enquadra melhor na sua situação.

Uma vez em Portugal, todas as questões de visto se resolvem no SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras). Você solicita o visto no Consulado, no Brasil ainda e aqui, já no SEF, solicita maior período e faz o reagrupamento familiar, caso venha com a família.

Minha dica é mais na questão da ansiedade quanto à marcação no SEF. É complicado mesmo e eles não facilitam. Não aceitam ligações do estrangeiro, nem marcação online se o computador não estiver em Portugal (validam o IP). Então, as alternativas para agendar a entrevista no SEF é vir aqui antes ou então pedir/contratar alguém que faça isso por você.

Caso não conheça ninguém, existem alguns profissionais que fazem este serviço. No grupo Vivendo Portugal Dicas, no Facebook, há muitos depoimentos e indicações.  Se ainda não faz parte, solicite a entrada e procure na lupinha.

Nós temos amigos aqui, que fizeram a marcação em nosso nome. Foi preciso o nome completo e a data de nascimento. Agendamos em dezembro para o dia 04 de maio. Acontece que no dia 04 o SEF fez greve e não atendeu!!! Remarcamos para novembro. Como fazer então, já que nosso visto de turista expira em 3 meses? Simples, aqui o que vale é a data da marcação feita no SEF. Durante este período podemos sair do país por 2 vezes e voltar, até termos o visto de residência de maior duração, levando conosco o comprovante do agendamento sempre. O primeiro visto é de 3 meses, daí solicitamos renovação por mais de 2 anos, depois mais dois. Depois de 6 anos, segundo nos disseram, podemos solicitar a cidadania.

2. Decida onde vai morar (e como)

Outro item muito importante, claro. Como cada família sabe de suas próprias condições, fica complicado fazer um apanhado geral de todas as possibilidades. Tenha em mente, no entanto, que o custo de aluguel nas grandes cidades (Lisboa, Porto) é mais alto que nas cidades menores. Não só o aluguel, o custo de vida em geral tende a ser menor nas menores cidades. Além disso, Portugal nos últimos anos tem se tornado destino preferencial de muitas nacionalidades, fazendo com que o mercado imobiliário nas cidades mais ao sul (mais quentes) fique inflacionado. 

Para ajudar nesse quesito, vou contar como nós fizemos, pensando em solucionar essa questão. Nossa primeira escolha era Lisboa, por conta da oferta de escolas e infra-estrutura. Como viemos em experiência, estava descartada a hipótese de comprar um imóvel. E se não gostarmos? E se não nos adaptarmos? Pensando nisso, resolvemos buscar um aluguel.

Daí começou a segunda dificuldade. Além dos preços elevados, em Lisboa, não conseguíamos sequer conversar com corretores das imobiliárias tradicionais, pois ainda estávamos no Brasil. Resolvemos a questão alugando um apartamento via Airbnb por 3 meses, em Cascais.

Mas porque Cascais?

Foi uma questão de conjugar preço, conveniência e qualidade. Somando os 3 fatores, foi o que conseguimos de melhor. A localização da escola das meninas (que tratarei no próximo item), mais o preço do aluguel, considerando que o apartamento no Airbnb é todo mobiliado e equipado, além de ter as contas (água, luz, internet, TV a cabo, condomínio, taxas, etc) todas incluídas, acabou sendo nossa escolha.

Aqui vou abrir um parêntesis. Você pode estar pensando: você disse 3 meses? E depois?

Então, acontece que o período que buscávamos era de março a dezembro, para o primeiro aluguel. Procuramos exaustivamente nos sites de aluguel de temporada: Airbnb, Homeaway e Booking e todas as propostas que fizemos, sem exceção, foram rejeitadas. Um único apartamento retornou positivamente, porém com o preço do aluguel mensal triplicado!

Foi então que me caiu a ficha: Lisboa e arredores, nos meses de verão! Ou seja, altíssima temporada, quando a Europa desce, em peso, para passar as férias aqui. Traduzindo: quem tem apartamento para alugar, nos meses de julho e agosto triplicam (ou mais) o faturamento, por conta da elevação dos preços do aluguel de temporada, neste período.

Quem tem apartamento de temporada para alugar não quer fazer contratos de longo prazo que incluam esse período, pelo motivo óbvio de ganhar mais dinheiro com os turistas itinerantes nessa época do ano que pagam aluguéis a peso de ouro.

Foi então que resolvemos dividir o aluguel em períodos e  como não precisamos estar aqui nos meses de julho e agosto, nós também sairemos em férias, só que para outros lugares. É claro que isso só funciona pra nós por que nosso trabalho é pela internet, não importa onde estamos.

 

Leia aqui dicas para morar e alugar apartamento em Cascais

 

Outro ponto a ser considerado é que precisamos mudar de “mala e cuia” depois de três meses e, durante julho e agosto precisamos de um lugar para deixar nossas malas. Resolvemos isso contando com amigos muito queridos e especiais, que tem espaço em casa para “abrigar” nossas malas por 2 meses! #gratidão

A mensagem aqui então é a de flexibilidade. Ajuste conforme a situação e necessidade. Pensamos muito em todas as alternativas. Pensamos nos custos x conforto x localização x conveniência e abrimos mão de algumas coisas em prol de outras para equalizarmos a “nossa equação”. Reforço que essa foi a “nossa equação” e que cada família deve pensar e agir conforme a sua situação. No entanto, pensar “fora da caixa” e se adaptar às circunstâncias pode abrir um leque maior de possibilidades pra você e sua família, se estiverem dispostos a algum desconforto inicial.

3. Escolha a escola das crianças

Aqui, mais uma vez, falarei da nossa experiência somente e como foi que escolhemos a escola. Desde o início pensamos em escola privada. O maior motivador é que chegaríamos em final de março e aqui o ano letivo inicia em setembro. Ou seja, as meninas começariam a escola quase no final do ano letivo e, por conta disso, seria muito difícil conseguir vagas no ensino público. Comecei consultando algumas pessoas conhecidas que já moravam aqui. Cada uma indicou uma escola diferente, onde seus filhos estudavam, porém eram todas em Lisboa. Era preciso uma forma de encontrar uma escola onde iríamos morar e foi então que descobrimos uma lista, na internet, que dá o ranking das escolas públicas e privadas, por região, por ciclos (aqui chamam ciclos primário, secundário e terciário).

Controvérsias à parte sobre rankings e listas, precisávamos de critérios para nos ajudar nas buscas, então partimos desta pesquisa, feita neste site, utilizando como critério de busca os itens abaixo. Mas antes vou explicar rapidamente o sistema de ensino, em séries, como é em Portugal:

Sabendo disso então, você pode usar o link abaixo para fazer uma pesquisa, por ciclo e por **Conselho:

* atualização: Ranking 2017: 

https://www.publico.pt/ranking-das-escolas-2017/lista

 

(2016): http://www.jn.pt/infografias/970/interior/saiba-aqui-quais-sao-as-melhores-escolas-do-seu-concelho-4925994.html

** Em Portugal a divisão política é diferente do Brasil. Aqui tem Distritos, Conselhos e Freguesias ao invés de estados, cidades e bairros. Se você não sabe qual o Conselho que você procura, clique aqui e coloque no mapa (Google Maps, para ver onde ficam):

https://www.visitarportugal.pt/listas-ordenadas/concelhosd

Com essas informações em mãos, montamos uma planilha, recortando e colando as informações das escolas, onde as colunas da planilha tinham as seguintes informações:

Escola – Pub/Privada – Ciclo – Conselho – Classificação no ranking

 

Como temos 2 meninas que estão no 1º e 2º Ciclos, respectivamente, sendo que Manoela vai para o 3º Ciclo logo (se ficarmos mais tempo), era importante para nós uma escola que tivesse os 3 Ciclos, para facilitar nossa vida. Então este foi um dos critérios de escolha.

Depois disso, colocamos mais 3 colunas na planilha, o preço da mensalidade, preço da matrícula e o preço das refeições.

Como no site acima não tem o preço, buscamos essa informação na internet, procurando, por exemplo, no Google:

Nome da Escola preçário

Todas as escolas que procuramos tinham a informação no site da escola, então completamos a planilha e, depois, foi “só” cruzar as informações e criar nosso próprio ranking. Deu um baita trabalho, é verdade… só para quem quiser fazer o mesmo, o ranking de 2016 é diferente do ranking de 2015, que nós usamos… então nem adianta eu compartilhar o nosso, infelizmente! (** atualização em 14 de set 2017: Já saiu o ranking de 2017)

Lembro que mesmo nas escolas públicas aqui é preciso pagar alguma taxa, então se sua pesquisa for somente em escolas públicas eu ainda assim colocaria uma coluna para Taxas/Custos envolvidos. #ficaadica

Com o nosso próprio ranking em mãos, vimos que algumas escolas estavam dentro do nosso orçamento, então passamos ao passo seguinte, que foi descobrir nos sites das escolas o email para contato e escrever, perguntando sobre metodologia, vagas, lista de espera, visita, etc…

 O Diretor Pedagógico da escola que acabamos escolhendo foi super atencioso, respondeu nosso email no mesmo dia e enviou um monte de informações bacanas. Explicou tudo e depois continuou muito acessível quando tínhamos perguntas. Como íamos em férias, marcamos uma visita em janeiro. Fomos super bem recebidos. Gostamos tanto que acabamos nem visitando outras escolas. 

Talvez fosse importante ter feito isso, mas nós estávamos meio que “encantados” com o tratamento que recebemos. Para completar, nossos amigos daqui conheciam a escola e tinham ótimas referências. Ainda fiz perguntas sobre a escola nos grupos de brasileiros em Portugal, no Facebook e procurei no Google por reclamações e queixas sobre o colégio. Calhou de as poucas reclamações serem sobre alimentação, o que é muito relativo. As queixas que li era sobre a sopa. Aqui em Portugal, no almoço o primeiro prato é sempre sopa. As minhas meninas amam sopas! Quem nos acompanha no Stories vê elas falando a respeito sempre com elogios… então essa reclamação é relativa, certo? Para completar, nosso segundo apartamento, que alugamos também pelo Airbnb de setembro a dezembro fica a poucas quadras da escola. Parecia o universo conspirando…

4. Plano de Saúde

O último item do post é sobre saúde. Em nossas pesquisas antes de virmos para cá, descobrimos que o Brasil tem um acordo com Portugal para o atendimento de saúde pública. Quem tem um número de PIS no Brasil pode solicitar o Certificado Internacional de Saúde, mais conhecido como Formulário PB4. Este certificado dá direito aos brasileiros que tem INSS a serem atendidos em Portugal, como se fossem cidadãos portugueses.

É obrigatório ter um seguro saúde para vir a Portugal, então esse Certificado é muito importante e, o melhor de tudo: é gratuito!

Para saber mais sobre como obter o seu e como foi nossa experiência utilizando o PB4 em Portugal, leia o post aqui:

 

Como Solicitar o PB4

 

Enfim, espero ter ajudado. À medida que o tempo passar terei mais dicas para compartilhar aqui com vocês. Por enquanto, se tiverem alguma dúvida ou comentário, deixem aqui embaixo e não percam nossos posts e Stories no Instagram @as_passeadeiras. Eles são diários e mostram bem nosso dia-a-dia na nova vida aqui em Portugal, uma terra que está nos conquistando mais e mais, todos os dias!

 

Confira aqui um checklist de coisas que você não pode esquecer, antes de mudar de país

E aqui um checklist de coisas para fazer depois que chegar

 

 Beijo grande das Passeadeiras!

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