Marvão e Alto Alentejo

Marvão e alto alentejo

Iniciamos 2022 da maneira que mais gostamos: uma roadtrip onde visitamos Marvão e Alto Alentejo, em um roteiro enxuto mas muito especial, que serviu para recarregarmos as energias junto de amigos queridos, passeadeiros como nós.

No post de hoje eu conto qual foi o nosso roteiro, qual cidades e atrações visitamos e dou dicas de hospedagem e restaurantes para que você possa também se inspirar e organizar sua visita.

 

Marvão e AltoAlentejo

Castelo de Vide

 

Marvão e Alto Alentejo

O Alto Alentejo é uma sub-região portuguesa, parte da Região do Alentejo, que corresponde à totalidade do Distrito de Portalegre. É limitada a norte pela Beira Baixa, a noroeste pelo Médio Tejo, a ocidente pela Lezíria do Tejo, a sul pelo Alentejo Central e a Oriente por Espanha. (Fonte: Wikipedia)

Marvão, por sua vez, é uma das vilas da região, fica entre Castelo de Vide e Portalegre, a poucos quilômetros de Espanha, no ponto mais alto da Serra de São Mamede.

 

Roteiro para visitar Marvão e Alto Alentejo

 

Roteiro da nossa visita à Marvão e Alto Alentejo

Saindo de Lisboa, nossa primeira parada foi em Amieira do Tejo, uma pequena vila com apenas 300 habitantes e muitas histórias. De lá seguimos à Castelo de Vide com intenção de visitarmos e almoçarmos antes de chegarmos em Marvão, onde pernoitamos por 2 noites. De Marvão, seguimos à Elvas, parando em Portagem, Alegrete e Campo Maior, no caminho. Em Elvas dormimos 1 noite e, antes de retornarmos à Lisboa, cruzamos a fronteira para uma visitinha rápida à Badajoz.

Parece muito em tão pouco tempo? Pois não foi nada cansativo. As distâncias são curtas e a vontade de conhecer, imensa!

 

Marvão e Alto Alentejo

Amieira do Tejo

 

Amieira do Tejo

Após 2 horas de viagem pela A23, foi com aquele encantamento típico de quem ama lendas e histórias antigas que percorremos as ruelas tortuosas de Amieira do Tejo. O pequeno vilarejo serviu de paragem por conta de seu castelo atípico (construído como residência e, por esse motivo, não fica no alto de algum promontório), da Lenda das Jans (as fadas que cozem o linho mais puro mediante o pagamento através de um pedaço de bolo), da Lenda da Velha Moura, que oferece figos secos às mães necessitadas (e que depois transformam-se em moedas de ouro).

Mas se Lendas, Castelos e Fadas não são a sua praia, Amieira tornou-se conhecida por ter sido porto derradeiro da Rainha Santa Isabel, cujo corpo partiu dali para ser enterrado em Coimbra, em uma viagem repleta de milagres que fizeram dela a Santa, 300 anos depois. Para motivos mais, digamos, mundanos, uma visitinha à curiosa Capela de São João Batista deve bastar. Aparentemente simples e sem atrativos, basta uma olhadela mais atenta ao teto da Capela e duvido você não deixar escapar ao menos um sorrisinho maroto.

Não encontrei explicação oficial para as imagens curiosas, mas deduzo que algum tipo de apropriação pagã de símbolos de fertilidade e prosperidade não me parece de todo impossível. 

Seja lá como for, a pequena vila às margens do Tejo rendeu boas recordações. De lá seguimos viagem para a surpreendente Castelo de Vide.

 

Castelo de Vide

 

Castelo de Vide

São meros 40km que separam os dois destinos. Chegamos à Castelo de Vide já com impacto visual da bela cidade branca e seu imponente Castelo. Estacionamos junto à Igreja de Santiago Maior e subimos até o Castelo que dá nome à vila, percorrendo as ruelas medievais. Aqui cometemos um pequeno erro… já avançavam as horas e nós, na ansiedade de ver a cidade, deixamos o tempo correr. Quando bateu a fome, por volta das 15 horas, já era tarde demais. Não encontramos um só restaurante ainda em funcionamento, na cidade.

Paciência, no interior é assim mesmo e foi erro nosso não nos termos informado com antecedência. Fizemos um lanche magrinho e bem sem graça, em um dos cafés abertos, mas que foi suficiente para dar ânimo às miúdas e continuarmos nossa visita.

 

Marvão e Alto Alentejo

Detalhes de Castelo de Vide

 

Visitamos à Praça de D. Pedro V, vimos uma exposição na Câmara, a Judiaria, o Castelo e percorremos as ruas. Foi suficiente para saírmos de lá com uma boa idéia e muita vontade de voltar com mais tempo. Sem dúvida alguma, Castelo de Vide merece uma visita mais prolongada… e um post exclusivo. #DicadaClau: se vai pernortar em Marvão e precisa ir ao mercado antes (para água, snacks ou qualquer outra coisa, vá no Pingo Doce de Castelo de Vide). 

Onde Comer:

Não chegamos a comer, mas fiz uma lista de recomendações e compartilho aqui:

– Restaurante A Confraria –  R. de Santa Maria de Baixo 10

– Dom Pedro V – Praca Dom Pedro V

– Pirolito – Rua Almeida Sarzedas, 20

 

Onde Dormir:

Caso resolva pernoitar em Castelo de Vide, o que é uma ótima ideia, aqui algumas sugestões:

Pensão Destino: Bem diferente, esta pousada fica localizada na antiga estação ferroviária de Castelo de Vide. Foi reformada para acomodar hóspedes e mantém o charme antigo com o conforto moderno. Excelente para casais.

Convento Senhora da Vitória: Outra opção diferente, para quem curte sítios históricos, trata-se de um convento do século XVII reconvertido num alojamento rural, com uma decoração bonita e entorno encantador.

A Burguesa Guesthouse: Localizada no centro histórico de Castelo de Vide, “A Burguesa Guesthouse” resultou da remodelação de uma casa burguesa do século XIX, mantendo as características originais, como tetos estucados, abobadados ou de madeira e paredes de pedra exposta. 

Quinta das Lavandas: Na Quinta das Lavandas existem duas estações ao ano: a das lavandas e a das oliveiras. As lavandas são rainhas na primavera e no verão; e as oliveiras reinam no outono e no inverno. Uma propriedade rural encantadora em todas as estações.

 

Castelo de Marvão

 

Marvão

9,7km separam Castelo de Vide de Marvão e a chegada já é encantadora a medida que vamos subindo a serra e vendo a rocha granítica que se transforma em castelo, a medida que nos aproximamos.

O clima estava bastante invernal, com chuva fina e muito frio, naquele 03 de janeiro. Fez tudo parecer mais medieval ainda com as brumas e névoas tomando conta da paisagem. 

Marvão é pequenina e charmosa. Hoje em dia menos de 100 pessoas moram na vila. Quando o dia está bonito, tem-se a impressão “de ver-se a terra toda”, como já foi dito. Para além de percorrer as poucas ruas percebendo os detalhes dos casarios brancos, vale visitar o Castelo (1,5€ a entrada e há bilhetes família). Vale cada cêntimo. Não perca as cisternas, que recebem concertos na época do Festival das Castanhas (geralmente em novembro) e percorra as muralhas, explore cada cantinho imaginando as batalhas, histórias, traições e conflitos que suas pedras testemunharam.

Marvão herdou o nome de Ibn Marwan, um rebelde do califado de Córdoba que fundou Badajoz (Espanha) e veio para os lados de cá expandindo suas conquistas. Após a reconquista permaceceu como ponto estratégico de defesa, até chegar aos nosso dias.

Romântica, bem mantida, com renovações em curso e forte apelo turístico, Marvão é um destino imperdível em qualquer época do ano e para quem achar calma demais, saiba que é possível conjugar a visita com outras atividades e atrações na região, de acordo com cada estação.

Caminhe por tudo, sem esquecer das portas e muralhas. Caminhe também à noite, pois a iluminação deixa tudo mais misterioso. Caminhe devagar e encante-se com todos os detalhes que seus olhos conseguirem captar. 

Visite a pequena mercearia da vila, perto do restaurante Varanda do Alentejo para lembrancinhas locais.

O Museu de Marvão estava fechado, mas fica a dica para quem quer conhecer mais detalhes da cidade. Visitamos a Câmara Velha, ou Casa de Cultura de Marvão, uma antiga prisão com exposições e fotografias do lugar.

 

Vila de Marvão

 

Onde Dormir:

Pousada de Santa Maria – do Grupo Pestana, com café da manhã maravilhoso, sala de estar e restaurante, não foi onde ficamos hospedados, mas quando eu voltar será minha escolha. Nossos amigos ficaram aqui, por isso passamos boas horas na Pousada, seja curtindo a sala de estar com lareira, seja no restaurante.

Varanda do Alentejo – Foi onde ficamos. A Pousada é simples e confortável, o café da manhã, incluído na diária é feito no restaurante de mesmo nome, em frente à Pousada. É uma boa opção também, mas, por exemplo, nos dias de chuva, não dispõe de uma sala de estar. É preciso ficar no quarto mesmo.

Casa da Árvore – Opção confortável e bem localizada, a 200m do Castelo de Marvão. Tem opção de quartos familiares.

El Rei Dom Manuel Hotel – Ótimo hotel localizado na entrada da Vila, com opção de quartos familiares.

 

Onde Comer:

  • – Restaurante da Pousada de Santa Maria
  • – Restaurante Varandas do Alentejo
  • – Castelo Café Lounge – Para opções mais simples
  • – Casa do Povo

 

Portagem

Portagem

 

Portagem

Descendo de Marvão, logo chegamos ao pequeno vilarejo de Portagem. O nome faz bem jus a história do local. A ponte de pedra no estilo romano foi construída logo depois do posto de cobrança de taxa de entrada no país, para quem vinha de Espanha (Portagem).  Foi bastante utilizada especialmente em 1492, quando os Reis Católicos (Isabel e Fernando) decidiram por expulsar os judeus de Espanha e muitos optaram por Portugal como refúgio.

Hoje em dia além do monumento histórico, Portagem também oferece uma praia fluvial, nascida com a barragem do Rio Sever. Um local bastante aprazível e com boa infraestrutura para os visitantes. Mas não para por aí. Logo adiante, 2 atrações imperdíveis: a cidade romana de Ammaia e o trecho da estrada N246-1 conhecido como Alameda dos Freixos, que virou queridinha do Instagram por conta das árvores alinhadas e pintadas na base.

 

Saindo de Portagem em direção à Elvas, fizemos ainda 2 paradas: Alegrete e Portalegre.

 

Alegrete

Alegrete

 

Alegrete

Pequeno Vilarejo com um castelo e casas pintadas de branco e amarelo, um local bonito e bem pequeno. Nossa ideia era almoçar por lá, mas apesar de ser 1 hora da tarde não encontramos um só restaurante aberto.  Como a fome era grande, seguimos viagem depois de poucas fotos, em direção à Portalegre, onde almoçamos e passeamos um pouco.

 

Portalegre

Portalegre

 

Portalegre

Engraçado para uma gaúcha visitar Alegrete e Portalegre no mesmo dia, não é?  Mas a segunda foi uma grata surpresa. Apesar de meio caidinha, vimos uma cidade em fase de remodelação, com várias obras acontecendo no centro histórico, o que nos trouxe algum alento. Bom demais ver investimentos sendo feitos em uma região tão rica em história como o Alto Alentejo.

Almoçamos em um restaurante típico, chamado Poeiras, na entrada da cidade murada, logo depois da Praça da República. Grata surpresa! Para além do atendimento sensacional do Alexandre, o bife de vitela grelhado acompanhado do vinho da casa estava dos Deuses… honrou o nome e os gaúchos saíram mais que satisfeitos!

Eu sempre me regozijo quando encontro uma carne saborosa e bem feita em Portugal. Confesso que não é de todo comum, ainda mais na região de Lisboa. No norte é mais comum e, no Alentejo, foi a primeira vez que gostei muito de uma carne.  Normalmente optamos pelo porco preto (que eu adoro) ou por algum peixe, mas lá a vitela estava perfeita. Macia, suculenta e bem temperada. #ficaadica para carnívoros como eu!

Um rápido passeio pela cidade antiga e seguimos nosso caminho rumo à Elvas, com uma rápida parada em Campo Maior para o teste de despiste do maledeto , obrigatório na ocasião, para o check in no hotel.

 

Elvas

Elvas

 

Elvas

Já até perdi as contas das vezes que visitamos Elvas, mas esta foi a primeira vez que pernoitamos lá, e foi sensacional. Escolhemos o Vila Galé Elvas, dentro das muralhas da cidade. Um hotel localizado em um antigo mosteiro, muito bonito e confortável, além de bem localizado. Não tem estacionamento, mas havia vagas na rua em frente, foi bem tranquilo deixar o carro ali. Optamos por jantar no hotel, pois estávamos bem cansados e foi ótimo. O espaço do bar, bem ao lado do antigo claustro é incrível e foi perfeito para aquela taça de vinho com os amigos, para relaxar antes de dormir.

No outro dia, após o café da manhã dos deuses, as miúdas quiseram curtir a piscina coberta, antes do checkout. Aproveitamos para comprar vinho e azeite produzido ali mesmo e fica a recomendação. Ambos muito bons!

Seguimos direto para o Forte de Nossa Senhora da Graça, “exemplo notável da arquitetura militar do séc. XVIII e considerada por muitos historiadores como uma das mais poderosas fortalezas abaluartadas do mundo…”.  o Forte é impressionante e muito bem conservado, após o último restauro. O ingresso garante uma visita guiada curta, até a porta principal, que conta a história do Forte e, depois, deixa-nos à vontade para visitar. 

Vale cada centavo da visita!  Para além do Forte da Graça, nas outras ocasiões que estivemos na cidade também visitamos:

  • Centro histórico (Praça da República, Igreja de Nossa Senhora da Assunção (Antiga Sé Catedral de Elvas)
  • Alcáçova
  • Castelo de Elvas
  • Mercado Municipal Casa das Barcas
  • Muralhas de Elvas
  • Largo da Misericórdia e Rua da Cadeia
  • Igreja das Domínicas
  • Forte de Santa Luzia
  • Aqueduto da Amoreira

 

Onde dormir:

Vila Galé Collection Elvas: Hotel de charme no centro histórico de Elvas, fruto da reabilitação do antigo Convento de São Paulo. Muito confortável, com um bar lindo, restaurante e possibilidade de comprarmos azeite e vinho do local. Foi onde nos hospedamos nesta viagem.

Travassos 11: Palácio Travassos fica onde antesera um famoso palácio do séc. XVIII, dentro das muralhas que contam histórias da defesa do reino de Portugal. 

Hotel D. Luís:  Este hotel localiza-se de frente para o imponente Aqueduto da Amoreira, em Elvas, Patrimônio Mundial da UNESCO, e dispõe de quartos espaçosos e de um jardim com uma piscina sazonal.

 

Badajoz

Badajoz

 

Badajoz

De Elvas cruzamos a fronteira para uma rápida visita à Badajoz.  Fundada por volta de 875 por Ibn Marwan, aquele mesmo líder militar muçulmano que deu nome à vila de Marvão, lembram? Badajoz é conhecida por ter a muralha mais extensa da Espanha e a maior alcáçova, de herança árabe, da Europa! 

Apesar do passado ilustre, achamos a cidade bem caidinha. O feriado de dia de Reis também não ajudou. Os restaurantes e bares estavam fechados, assim como os mercados. Não conseguimos um só local para almoçar. Ainda assim passeamos pelo centro histórico e visitamos a Plaza Alta, a Alcazaba e as muralhas. 

 

De lá voltamos para casa, com os olhos e o coração cheios de belezas!

Deixe aqui embaixo suas dicas, caso já tenha visitado algum desses locais e não esqueça de marcar @claudia_bins quando postar fotos do seu passeio por lá!

 

 

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Sobre o Autor : Claudia Bins

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