Visitamos Évora Monte em março de 2018, como uma parada rápida a caminho da Espanha, onde passaríamos 2 semanas nas férias de abril. Como sempre, procuramos fazer paradas estratégicas no caminho, para esticar as pernas, respirar e dar uma chance às meninas de desestressar da viagem de carro.
É um plano que sempre funciona muito bem e Évora Monte tinha uma atração muito especial: o seu castelo (na verdade o Paço Ducal).
As fotos que eu tinha visto no Instagram eram lindíssimas e comprovamos in loco a fama de “gema da arquitetura militar portuguesa” que o Paço Ducal tem. No post de hoje conto o que visitamos por lá.
Évora Monte (ou Evoramonte, as duas grafias são aceitas) fica a 172 km da nossa casa em Cascais, e foi a primeira parada na viagem que teria como destino inicial a cidade espanhola de Cáceres, na Extremadura. Cruzamos a ponte 25 de Abril e seguimos pela autoestrada A2 e depois a A6, em uma viagem tranquila, cruzando o Alentejo. Na primavera e depois de um inverno chuvoso, os campos alentejanos estavam verdejantes e floridos! Levamos pouco menos de duas horas de uma viagem tranquila, até o centro histórico de Évora Monte.
Leia aqui o post onde conto como montei o roteiro completo da roadtrip de páscoa 2018 – pela Espanha
Évora Monte
A pequena vila branquinha lembra muito os Pueblos Blancos da Andaluzia, que visitamos no último verão. As casinhas grudadas com portas coloridas e muitas flores já anunciando a primavera.
Évora Monte é uma freguesia, dentro do concelho de Estremoz, Distrito de Évora e sua vila medieval está situada no alto da Serra d’Ossa. Quem passa na estrada avista o Paço Ducal (chamado de Paço Acastelado) lá no alto, com os olivais abaixo da muralha.
Chegamos e fomos direto ao Paço. Ventava muito e fazia frio, mas era impossível não se encantar com o belo edifício de influência italiana, com quatro torreões circulares.
O prédio atual é fruto de uma reconstrução, após o terrível terremoto de 1531, que danificou seriamente o original. Todo o conjunto tem função militar e a largura das paredes e dos pilares internos, aliados a beleza dos detalhes da construção deixam qualquer um de queixo caído.
Pode-se entrar no Paço, pagando 2 € por pessoa. Há uma pequena lojinha de souvenirs ao lado do guichê.
Comecei a visita subindo até a torre, para ver a paisagem ao redor.
A muralha em torno da vila medieval tem data de 1306 e, ainda que tenha sofrido alterações, mantém seu projeto original, com quatro portas de acesso.
Na visita ao Paço podemos ver o lugar dos aposentos, as lareiras e os salões com tetos abobadados, além das colunas com desenhos de flamas. Bem intrigante. No salão do piso inferior há painéis explicativos contando a história da Vila e do Castelo. Em um dos painéis explicam que essas flamas são representações figurativas do amor místico e que era usadas de maneira recorrente na arquitetura Manuelina.
A importância histórica de Évora Monte se dá em um passado mais recente, quando em 1834 foi lá assinada a Convenção que pôs fim à única mas sangrenta guerra civil que Portugal conheceu. As chamadas guerras liberais, em que os apoiadores de D. Maria II lutavam contra os Miguelistas, defensores de D. Miguel I.
Encontramos a placa acima na parede de uma das casas na rua principal de Evoramonte, ela lembra que em 26 de maio de 1834, D. Miguel abriu mão do trono.
Por conta deste fato, Évora Monte hoje encabeça uma iniciativa chamada “Rede Europeia de Sítios da Paz”, onde cidades europeias se reuniram com fins de promover uma cultura de paz e o conhecimento mútuo entre os seus povos.
Saindo do Paço, não deixe de visitar a pequena vila, percorrendo sua rua principal, a Rua de Santa Maria. Seguindo por ela, sempre em frente chegará à Igreja Matriz de Nossa Sra. da Conceição, que fica em frente ao Cemitério dos Combatentes e a uma das portas da cidade.
As quatro portas da cidade antiga, são:
– Porta do Freixo: Com um arco gótico tem 2 dois torreões cilíndricos de cada lado e ainda podemos ver uma inscrição que se refere ao início da construção da cerca;
– Porta do Sol, bem parecida com a primeira, mas a oeste;
– Porta de São Brás, voltada para a ermida de São Brás;
– Porta de São Sebastião, que dá acesso direto à estrada que nos leva à Ermida de São Sebastião.
Combine a visita à Évora Monte ao Castelo de Estremoz, onde poderá se hospedar em uma das mais charmosas pousadas de Portugal, a Pousada Castelo de Estremoz (antiga Pousada da Rainha Santa Isabel). Outra combinação é uma visita à Herdade das Servas, para conhecer o processo produtivo de vinhos do Alentejo e fazer degustações dessas delícias. A visita a Évora Monte levou em torno de 40-45 minutos portanto dá tranquilamente para combinar com outro passeio.
Visitar Évora Monte é conhecer mais sobre a história de Portugal e mergulhar na alma do Alentejo, revivendo um passado longínquo que, felizmente, ainda está preservado nas paredes da muralha e do seu lindo castelo. Uma visita que, mesmo que rápida, vale muito a pena!
Onde se hospedar: Se quiser ficar mais tempo para curtir a região, recomendamos a Pousada Castelo de Estremoz (antiga Pousada da Rainha Santa Isabel), na cidade ao lado, Estremoz.
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