Dando continuidade aos posts sobre nossa viagem à Albânia e Montenegro, em maio de 2025, hoje eu conto sobre a roadtrip que fizemos desde Tirana, na Albânia, até Montenegro. Se você perdeu os posts anteriores, vou deixar abaixo os links:
Roteiro e informações gerais sobre os dois países
2 dias em Tirana – O que visitar, onde comer e onde dormir
Montenegro – História, fatos e curiosidades
Montenegro, cujo nome significa “Montanha Negra”, foi um reino independente por séculos, resistindo a invasões e conquistadores, até se tornar parte do Império Otomano. Em 1878, conquistou sua independência, e, após a dissolução da Iugoslávia, emergiu como uma república reconhecida em 2006. Sua história é marcada por resistência, uma cultura de liberdade e uma identidade forte que se reflete na sua arquitetura, tradições e no espírito indomável de seu povo.
Apesar de seu tamanho (~13.800 km² e ~616.000 pessoas), Montenegro possui uma economia diversificada, com destaque para o turismo, energia e agricultura. Seu turismo é impulsionado pelos deslumbrantes fiordes, as praias cristalinas e seu patrimônio cultural. O país tem uma renda per capita crescente, uma qualidade de vida elevada, e um compromisso com a preservação do meio ambiente, tornando-se um destino sustentável e sofisticado.
Curiosidades:
- Tamanho: É um dos menores países da Europa, com uma área de aproximadamente 13.812 km².
- Bocas de Kotor: Um dos fiordes mais profundos do mundo, com uma beleza dramática e um labirinto de enseadas escondidas.
- Lago de Skadar: Maior lago dos Balcãs, lar de espécies raras de aves migratórias e uma vista de tirar o fôlego.
- Patrimônio da UNESCO: 3 cidades — Kotor, Perast e Durres — reconhecidas por sua beleza histórica e arquitetura preservada.
- Produção de vinho: País com uma tradição vitivinícola antiga, produzindo rótulos premiados.
- Praias paradisíacas: Praias de areia dourada e enseadas escondidas que parecem ter saído de um sonho.
- Natureza: Montanhas que tocam o céu, Com picos que ultrapassam 2.000 metros, ideais para aventureiras e amantes de trilhas. Cerca de 60% do território é coberto por florestas, e o país possui cinco parques nacionais.
- Ponte de Vrmac: Uma ponte de pedra medieval que conecta duas cidades com uma vista de tirar o fôlego.
- Festivais tradicionais: Como o “Kotor Carnival”, uma celebração vibrante de cultura, cores e história.
- A sua língua: O montenegrino é uma mistura de sérvio, bósnio, croata e albanês, refletindo sua história multicultural.
- Segurança e tranquilidade: Montenegro é considerado um dos destinos mais seguros da Europa para viajantes independentes.
- Utiliza o Euro como moeda, mas ainda não faz parte da UE.
Como ir de Tirana à Montenegro
São 220km a partir de Tirana, na Albânia. Nosso destino era Kotor. Alugamos o carro no aeroporto de Tirana, passamos dois dias visitando a capital da Albânia e, no terceiro dia de viagem seguimos para Montenegro. O caminho de Tirana até a fronteira com Montenegro é meio sem graça, com estradas pavimentadas mas simples, que passam por dentro de algumas cidades no caminho, o que deixa a viagem mais lenta. Chegando na fronteira, saiba que existe controle de passaportes e documentação do carro. Além disso, é preciso pagar uma taxa de 15€ por veículo, a título de seguro (eles chamam de Green Card).
Se você tem mais tempo, pode valer a pena ir pelo litoral, curtindo as praias no caminho.
Aqui vai uma outra informação importante. Assim como na Albânia, as estradas em Montenegro estão em franca construção e há muitas obras (e muitas estradas de chão se você optar pelo caminho mais curto). Infelizmente nós aprendemos isso da pior maneira (percorrendo estradas bem ruinzinhas e nos perdendo algumas vezes… Por isso eu sugiro que, quando você for pra lá, de carro, coloque a configuração do GPS para estradas pavimentadas, ou utilize este trajeto: (lembrando que fomos em Maio de 2025, talvez quando você vá as estradas já estejam construídas).
Como tínhamos pouco tempo, optamos por ir direto à Kotor. Mas se você tiver mais tempo ou quiser fazer uma parada no caminho, temos tanto Stefan Sveti quanto Budva. Acabamos por visitar ambas no dia seguinte, já no retorno à Albânia e, por isso, no próximo post eu vou contar mais.
Kotor
A história de Kotor remonta ao século III a.C., quando a região era habitada pelos ilírios. Posteriormente, os romanos estabeleceram a cidade de Acruvium no local. Ao longo dos séculos, Kotor passou por diversas dominações, incluindo bizantinos, venezianos, austríacos e franceses, cada um deixando sua marca na arquitetura e cultura locais. Durante o período veneziano, entre os séculos XV e XVIII, a cidade foi fortificada com muralhas que ainda hoje cercam a Cidade Antiga. Kotor também enfrentou desafios naturais, como terremotos em 1537, 1563, 1667, 1729 e 1979, além de epidemias de peste nos séculos XV e XVI.
Nós tivemos um dia (uma tarde e a manhã seguinte) para visitar Kotor, o que foi pouco para quem curte um slow travel. Eu adoraria ter mais tempo para curtir o sol sentada em um café, apreciando o vai e vem das embarcações que chegam ao porto. Também gostaria de ter subido até a Fortaleza de São João (são 1.350 degraus, é preciso saber…). Não é meu estilo de aventura, mas se é o seu, outra atração é a famosa estrada conhecida como “Serpentina de Kotor“, uma estrada de uma só pista, 25 cotovelos fechados distribuídos ao longo de 8km, que leva à vistas deslumbrantes da baía e liga Kotor à Cetinje (antiga capital de Montenegro). Finalmente, eu incluiria na lista uma visita ao Teleférico de Kotor, mais uma vez, para vistas deslumbrantes (pelo que vi nas pesquisas). Na verdade nós optamos por não fazer este passeio por que o dia estava bem nublado e até choveu um pouquinho. Agora vejam, vou ter que voltar, não é? Fazer o quê…
Alguns pontos turísticos imperdíveis em Kotor:
-
Cidade Antiga (Stari Grad): Um labirinto de ruas de paralelepípedos, praças encantadoras e edifícios históricos, incluindo igrejas e palácios.
-
Catedral de São Trifão: Construída no século XII, mas destruída por terremotos e reconstruída depois, é uma das igrejas mais antigas da região e um exemplo notável da arquitetura românica.
-
Muralhas de Kotor: As muralhas medievais oferecem uma caminhada desafiadora até a Fortaleza de São João, recompensada com vistas panorâmicas da baía para quem ousar subir os 1350 degraus.
-
Museu Marítimo de Montenegro: Exibe a rica história naval da região, com artefatos, modelos de navios e documentos históricos.
- Museu dos gatos: Kotor é conhecida por sua população felina abundante. Os gatos são tão queridos que há uma praça dedicada a eles, além do museu que tem itens raríssimos, como caricaturas políticas com gatos do século XIX e selos temáticos de várias partes do mundo.
- Visitar as muitas lojinhas de souvenirs na cidade, mas procure bem para separar o joio do trigo, tem muita tranqueira também.

O terminal de cruzeiros de Kotor fica bem em frente a um dos portões da cidade antiga, a Porta do Mar
Para mim, Kotor é o tipo de destino que convida a Dolce Vita, sabe? Aquilo de passear devagar, absorvendo o cenário, prestando atenção aos detalhes e deixando a imaginação voar longe… Eu amo visitar cidades medievais, aprecio as cores, as pedras, a energia meio caótica da falta de planejamento urbano medieval. Adoro as flores nas janelas, as lojinhas de souvenires (nem todos legítimos, claro), mas quando encontramos algo genuíno, é uma festa.
Kotor (Montenegro em geral) não é exatamente barato, se compararmos com a Albânia, mas tem preços melhores que Croácia. É um destino mais Hype, mais sofisticado e, portanto, com preços mais salgados. Nós encontramos algumas peças lindas feitas por lá, anéis, pulseiras e brincos de ouro, prata e pedras (opala, turquesa, turmalinas,…), mas os preços eram mais altos que o nosso orçamento permitia. Mas fica a dica, caso seja a sua vibe.
Nosso hotel em Kotor
Nós chegamos em Kotor e fomos direto para nosso hotel, uma pousada super charmoa, por sinal, do outro lado da Baía de Kotor. Chegando lá fomos tão bem recebidas. A recepcionista era uma querida, havia água saborizada com limão siciliano e um cheiro maravilhoso no ar. Deixamos o carro no estacionamento e depois de um pequeno tour pela pousada saímos novamente para conhecer Kotor. Esta pousada foi tão encantadora que merece um post exclusivo, mas vou deixar aqui umas fotos só para dar um gostinho.
Onde comer em Kotor
Nós almoçamos na praça de armas, dentro da cidade murada, no restaurante do Boutique Hotel Cattaro, perto da Torre do Relógio. Já era tarde, ainda assim fomos muito bem atendidas. Eu pedi um risoto mediterrâneo que estava delicioso, acompanhado de um Pro Secco italiano. Mas eu havia feito uma pesquisa antes e vou deixar aqui as outras indicações:
- – Konoba Scala Santa: Localizado na Cidade Antiga, oferece pratos tradicionais montenegrinos com um toque moderno.
- – Galion: Restaurante à beira-mar conhecido por seus frutos do mar frescos e vistas deslumbrantes da baía.
- – Tanjga Family Restaurant: Famoso por suas carnes grelhadas e ambiente acolhedor.
- – Resto Bar Taraca: Comida típica e ambiente charmosinho fora das muralhas.
Depois de comer, passeamos bastante por toda a cidade e, no final da tarde resolvemos esticar até Perast para uma visita e Happy Hour.
Perast
Ao lado de Kotor, um pouco mais adiante, fica Perast, um encanto de vilarejo que não pode ser negligenciado. Com cerca de 360 habitantes, é conhecido por seus 17 palácios barrocos e 19 igrejas. Perast possui uma rica história marítima, evidenciada pelo Museu Marítimo local, que abriga modelos de navios, instrumentos de navegação e artefatos de marinheiros locais.
Perast é habitada desde os tempos antigos, mas sua era de ouro ocorreu nos séculos XVII e XVIII, durante o domínio veneziano. Como um importante centro marítimo, Perast era lar de navegadores habilidosos, construtores navais e comerciantes. A cidade chegou a ter quatro estaleiros, uma escola naval e uma frota que rivalizava com cidades muito maiores. Seus marinheiros chegaram a receber títulos de nobreza da República de Veneza por defenderem a região contra os otomanos.
Nesse período, foram construídos os palácios de pedra, igrejas e torres sineiras, muitos dos quais ainda estão de pé hoje, fazendo de Perast um dos assentamentos barrocos mais bem preservados da costa Adriática.
O ponto mais icônico de Perast é uma ilha artificial, construída ao longo dos séculos afundando navios antigos e acumulando pedras, chamada Nossa Senhora das Rochas (Gospa od Škrpjela). Segundo a lenda, marinheiros encontraram ali um ícone da Virgem Maria em 1452 e iniciaram a construção da ilha em sua homenagem.
Não deixe de caminhar pela via costeira, sem pressa e, se puder, hospede-se ao menos uma noite por lá, para curtir a atmosfera que une sofisticação e simplicidade magistralmente. Quando eu voltar à Montenegro (se Deus quiser) vou me hospedar neste hotel aqui:
Um dia foi muito pouco para Montenegro. Eu ficaria no mínimo 3 para conhecer o mínimo mesmo. Acho que o ideal seria uma semana para passear e curtir este lindo país que eu não vejo a hora de regressar…
No próximo post eu contarei mais sobre o nosso hotel.
Beijocas e até lá!
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